27 de dezembro de 2018

Por que as moedas virtuais estão virando pó?

 Na reportagem publicada pela revista época desta semana, ressalta que regulação e cisões são apontadas como causa para desvalorização de todas as moedas.


O que está acontecendo é o desmascaramento tardio de todas as mentiras, exageros e fantasias populistas que guiaram a mania que marcou o ano passado", resumiu Lionel Laurent, colunista da Bloomberg.
Apesar do encantamento generalizado, houve vozes destoantes de peso. O próprio Buffett, megainvestidor conhecido como Oráculo de Omaha, sempre disse que o valor do bitcoin era esvaziado de fundamentos, resultado de mera especulação. Alan Greenspan, ex-czar monetário dos EUA, chamou o bitcoin de "moeda não racional" comparável à jogatina de Las Vegas. Entre os críticos, a unanimidade era que a valorização de 2017 apresentava sintomas claros de uma bolha financeira.
Bolha ou não, o que é certo é que algo estourou no universo do bitcoin. Cotada a cerca de US$ 3.800, a moeda virtual sofreu, de janeiro até a primeira quinzena de dezembro, desvalorização de 80%. O conjunto das chamadas criptomoedas – existem cerca de 1.600 moedas virtuais semelhantes ao bitcoin – já perdeu US$ 700 bilhões em valor no ano. Trocando em miúdos, é como se oito Petrobras tivessem evaporado da Bolsa de Valores. Atualmente, todas as criptomoedas valem menos de US$ 140 bilhões, frustrando a expectativa dos entusiastas de que passariam da casa do trilhão neste ano.
O analista cambial Stephen Innes, da corretora Oanda, previu que o bitcoin seguirá sendo negociado entre US$ 3.500 a US$ 6.500 no curto prazo e que há chances de ele cair a até US$ 2.500 em janeiro.