O Grêmio não poupou nenhum eforço para se dar bem na altitude de Bogotá — 2.600 metros.
Escalou
o que tinha de melhor e teve a felicidade de sair na frente do
Millonários logo aos 12 minutos, numa falha do goleiro que Werley
aproveitou.
Com 2 a 0 no placar agregado, o tricolor gaúcho fez o
que devia e tratou de administrar a vantagem, sabendo que seria
pressionado.
Como foi, tanto no primeiro tempo quanto, e ainda mais, no segundo, quando os efeitos do desgaste ficam quase insuportáveis.
E foi um tal de passar bola raspando, de bola na trave, até que, aos 15, os colombianos empataram com Cosme.
E
partiram para buscar os 3 a 1 que os classificaria e evitaria a
semifinal brasileira na Copa Sul-Americana entre Grêmio e São Paulo.
Vanderlei
Luxemburgo pôs Elano ( saiu Marco Antônio) e Kléber (no lugar de
Marcelo Moreno) para jogar, mas o atacante logo sentiu dores no
tornozelo e, cinco minutos depois, deu lugar a André Lima, para alívio
do lotado El Campin.
Zé Roberto parecia um menino correndo sem
parar, e os bravos gaúchos resistiam até ao árbitro, cúmplice da
violência dos donos da casa.
O tempo fechou ao fim do jogo, aos 50, com os gremistas, liderados por seu indignado treinador, partindo para cima do apitador.
Aos 35, Renteria virou, de cabeça, livre, leve e solto.
Era evidente a embriaguez dos brasileiros, coisa que ainda há quem minimize.
O Grêmio tentava manter a bola em seus pés, mas falhava ao não resistir à tentação de buscar o empate.
O
risco do terceiro gol, no entanto, quase não existia até que, aos 46,
Werley fez um pênalti típico de quem já perdeu a capacidade de pensar,
cérebro pouco oxigenado.
Renteria fez o gol que eliminou o Grêmio,
como era previsível, impedido de se igualar ao rival Colorado, único
brasileiro campeão do torneio.
Não dá para dizer que foi injusto, embora nada seja tão desigual como exigir que se jogue na altitude.